quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Asa Branca

Quando oiei a terra ardendo
com a fogueira de São João

Eu perguntei, a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação


Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação

Por falta d'água perdi meu gado
morreu de sede meu alazão


Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão

Entonce eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração


Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão

Espero a chuva cair de novo
Para mim vorta pro meu sertão


Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na prantação

Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração


Luiz Gonzaga

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